Chove chuva que molha o verde
Que encharca a terra
Que escorre na calha até o alpendre
Que vem forte descendo a serra
Chuva fria com vento sul
Vem deitada varrendo as folhas
Escondendo a imensidão azul
Trazendo água em grandes bolhas
Bate em meu peito esta chuva fria
Querendo algo me dizer
Talvez seja uma alegria
Que esteja a me trazer
Chuva triste que cala o pó
Se mistura com a água do mar
Molha a todos sem pena e sem dó
Fazendo o presente mudar
Choram as nuvens, resisto eu
Pois acredito que não é só sonho
Mas o que dizer desta ausência, meu Deus
Já que quando ela não está, não sei onde me ponho
Vai nuvem com sua negritude
Sopra vento que vem do Norte
Trazendo sua alegria em plenitude
Deixando-me cada vez mais forte
Molhe chuva, molhe o tempo
Molhe as palavras e o pensamento
Molhe a brisa e o forte vento
Molhe tudo, conforme seu intento
Só não molhe meu amor, pois a isto estou atento
Minha Princesa é o tudo, ela é meu alento.
Alcides da Silveira Vieira
(Sizica)
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